domingo, 9 de novembro de 2008

Fita verde no cabelo

Depois do enterro da vovozinha, Fita Verde, recuperando sua fita verde, foi dar uma volta no bosque. Eis que, sub-repticiamente, entre avelãs e princesinhas, vê um lindo corcel negro. Aproximando-se, o tal corcel era tão maravilhoso que Fita Verde jurava que fosse alado.

Querendo se aproximar dele de qualquer maneira, pois estava enfeitiçada por sua beleza, gaguejando, perguntou ao lindo cavalo a primeira bobagem que passou por sua cabeça: se ele havia conhecido sua amada vovozinha. Ele, com uma voz grave e suave, respondeu que a vovozinha não, mas que conhecera o lobo bem antes da chegada dos lenhadores, mas esta era uma história do passado.

Fita Verde, surpresa, quis saber a idade deste animal tão glorioso. Ah! vivo há quase trezentos anos! Fita Verde olhou o enorme corcel negro e, julgando-o árabe, imaginou que ele ficaria lindo ornado com os mais belos paramentos. Só que a única coisa que ela tinha nas mãos era a fita verde.

Receosa de que o corcel negro se afastasse, tratou de mostrar logo a fita verde que havia em suas mãos. Rápida no raciocínio, disse que ele ficaria maravilhoso com aquela fita em sua crina. O corcel negro olhou para ela com uma mistura de espanto e curiosidade e permitiu que Fita Verde trançasse sua crina com aquela fita.

Como sua crina era longa e espessa, Fita Verde demorou um pouco para trançá-la. À medida que ela ia trançando, a fita ia aumentando, dando a impressão de mágica. Assim que Fita Verde chegou ao final da trança, a fita verde parou de crescer. Foi um encantamento. Fita Verde acabara de formar um elo indestrutível com o maravilhoso corcel negro.

Fita Verde e Corcel Negro tornaram-se aliados. Fita Verde montou Corcel Negro e tornaram-se um só. Corcel Negro abriu suas asas e, num galope macio e cadenciado, deixou o chão, pondo-se a voar. Desde este dia, toda vez que alguém olhar para o céu e ver uma estrela cadente verde, é Fita Verde e Corcel Negro bailando na imensidão da liberdade.

2 comentários:

Nanete Neves disse...

Então, Paty, sua Fita Verde se aliou amorosamente a um corcel... e que corcel mais danado de lindo nesse conto que nos leva a cavalgar com eles.

Pati Cytrynowicz disse...

Oi, Nanete, que bom ler comentários, ainda mais saindo de aluguns meses de silêncio. Obrigada!